domingo, 15 de outubro de 2017

Funaro diz que parte do fundo de pensão da Cedae, operado por Cunha, ia para Garotinho

Funaro diz que parte do fundo de pensão da Cedae, operado por Cunha, ia para Garotinho
Esquema de corrupção que desviava dinheiro da Prece teria sido planejado durante a campanha de Rosinha Garotinho ao governo do Estado.

doleiro Lúcio Funaro falou que o esquema de desvio de dinheiro da Prece, o fundo de pensão da Cedae, operado por Eduardo Cunha, foi planejado durante a campanha de Rosinha Garotinho para o governo do estado. Ele afirma que parte desse fundo ia para Garotinho, que na época tinha um projeto de candidatura à presidência.
“Eu perguntei pro deputado Albano Reis, e ele me informou que se quem ganhasse a eleição fosse a Rosinha Garotinho, que era a candidata que tinha mais probabilidade de ganhar, quem teria o comando a Cedae e da Prece seria o Eduardo Cunha. E como ele era um político experiente, eu fui com ele pra falar com o Eduardo Cunha”, disse o doleiro.
Furano também respondeu em que anos operou na Prece: “De 2003, quando a ex-governadora Rosinha Garotinho assumiu o governo do estado do Rio de Janeiro, até dezembro de 2006, quando ela saiu do mandato e assumiu o governador Sérgio Cabral”. Mas, segundo Funaro, Anthony Garotinho usou os serviços de Eduardo Cunha quando planejava ser candidato à presidência, em 2006.
Naquela época, ainda segundo o delator, o deputado Eduardo Cunha resolveu que ele ia fazer uma poupança pra ele no exterior e esses valores eram relacionados ao esquema da Prece.
Funaro acrescentou que esses recursos ilícitos tinham relação com o Garotinho, que tinha um percentual no esquema. “O Garotinho, naquela época, almejava ser presidente do Brasil, então ele tinha uma estrutura política muito cara pra ser sustentada. Ele tinha uma bancada de deputados própria dele. Ele tinha uma série de rádios alugadas no Brasil inteiro, um custo alto de alguém de aeronave mensal. E quem fazia frente pra pagar todas essas despesas era o deputado Eduardo Cunha”, afirmou.
De acordo com Lúcio Funaro, Eduardo Cunha rompeu com Garotinho e assumiu o controle do esquema de compra de deputados com recurso ilícitos.
“A história do Eduardo não começa agora, a história dele começa em 2003. Então, com a Cedae, com a Prece, ele adquire o know-how de operar a compra de deputado, de ter um grupo de parlamentares que apoiam sempre os pré-requisitos que ele quer”, disse Funaro.
“E quando o Eduardo rompe com o Garotinho, o Eduardo assume o quê? O controle de toda a bancada”, acrescentou.
O ex-governador Garotinho emitiu nota sobre o depoimento. Confira a íntegra abaixo:
"O ex-governador Anthony Garotinho esclarece que, desde a prisão de Eduardo Cunha, vem afirmando: "Querem achar o dinheiro do Cunha, prendam o Funaro".
Por conta disso, depois de preso, Funaro e seu amigo e sócio Eduardo Cunha vêm procurando uma forma de atingi-lo. Garotinho desafia Funaro a apresentar uma prova que seja a respeito das acusações que faz.
Por fim, o ex-governador lembra que o Fundo de Previdência da Cedae, de fato comandada por Eduardo Cunha no passado, sempre teve autonomia. Nem a ex-governadora Rosinha Garotinho nem o próprio Anthony Garotinho jamais tiveram ingerência sobre as decisões do fundo".
Supostos recursos para Picciani
Lucio Funaro também contou no depoimento que, a pedido de Eduardo Cunha, recebeu na Suíça dinheiro do empresário de ônibus Jacob Barata Filho, réu na lava jato acusado de participar de um esquema de corrupção no setor de transportes do Rio. Funaro afirmou que parte desse dinheiro era paro deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Alerj.
“No ano de 2014, o Eduardo Cunha me procurou perguntando se eu teria uma conta na Suíça que pudesse receber a quantia de 5 milhões de francos suíços. E que essa conta tinha que ser na Suíça, não podia ser em outro lugar.
Jacob Barata Filho foi preso em julho na operação ponto final, um desdobramento da lava jato no rio. Ele estava no aeroporto tentando embarcar pra Portugal. Foi solto em agosto depois de um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, mas teve que entregar o passaporte e cumpre medidas cautelares, como ficar em casa de noite.
Jorge Picciani está no sexto mandato de deputado estadual no Rio, e no quinto mandato como presidente da Alerj. Lúcio Funaro contou que 1% dos cinco milhões de francos suícos foram pra Picciani.
Procurado pelo Jornal Hoje, Picciani, que é presidente do PMDB do Rio, disse que não conhece Lucio Funaro e que o delator é um bandido mentiroso. Também afirma que não recebeu dinheiro de Eduardo Cunha.
A defesa de Eduardo Cunha também repudia as declarações de Funaro, que teria feito uma delação sem provas e narrado fatos que não participou pessoalmente. A defesa de Jacob Barata Filho disse que é falsa e caluniosa a história alegadamente narrada pelo delator.


https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/furaro-diz-que-parte-do-fundo-de-pensao-da-cedae-operado-por-cunha-ia-para-garotinho.ghtml

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