terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Porque vender a CEDAE é um péssimo negócio

Ser contra a venda da CEDAE não é defender o modelo estatal.

Amigos, nos anos 90, o Estado do Rio quebrado fez acordo com a União e privatizou tudo o que podia: Banco, metrô, trens, barcas... até o Edifício Garagem!

A experiência nos mostrou que onde há concorrência o consumidor ainda consegue algum tipo de atenção. Mas os monopólios privados se revelaram tão caros e ineficientes quanto os monopólios públicos.

A CEDAE cuida da captação, tratamento e distribuição de água. Além do tratamento do Esgoto. Sua receita provém 100% das tarifas que nós, cidadãos e pessoas jurídicas pagamos mensalmente. Não pagamos pela água, que é gratuita, mas pelo serviço de tratamento e distribuição.

A CEDAE não foi vendida nos anos 90 pois era um abacaxi: sucateada e deficitária. Mas isso mudou na última década, com gestão profissional, mudança no cálculo de cobrança e caça as ligações clandestinas. Nos últimos 4 balanços a CEDAE deixou cerca de 1,5 bi nos cofres do Estado. Em 2016, anos de crise, ainda não saiu o resultado, mas deve trazer um lucro na casa de 300 milhões.

Pronto, com isso a CEDAE virou “atrativa” para o mercado depois de anos de prejuízo e de investimentos feitos com dinheiro público. Ou seja querem vender a CEDAE não porque ela é ineficiente. Pelo contrário.

Mas vamos além. Se por um acaso a venda da CEDAE fosse uma solução permanente e de longo prazo para o Estado, faria algum sentido.

Mas o plano do governo é dar a CEDAE como garantia de um empréstimo pra quitar o 13º e a folha do mês. Ou seja, estamos abrindo mão de patrimônio para pagar custeio! Mal comparando é como o cidadão vender a casa ou o carro pra pagar o cartão de crédito do mês. E o mês seguinte? Teremos outra CEDAE pra vender?

Em troca disso, o governo federal acena com a suspensão do pagamento da dívida com a união por 3 anos.

Ou seja, o governador mais uma vez está apenas postergando a crise. Empurrando com a barriga. Ao invés de enfrentar o problema de frente e cortar custeio, rever isenções e ir atrás da dívida ativa, o governador Pezão vai dar a CEDAE pra salvar seu próprio mandato.

O próximo governador vai receber em seu colo uma bomba relógio em 2020.

Resumindo: Vender a CEDAE é um péssimo negócio.

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